Parceria entre UNITAU e Instituto Mazzaropi aumenta o acervo sobre Mazzaropi.
Crédito da imagem: CDPH da Unitau.
Conhecer as próprias origens molda a identidade cultural de uma comunidade.
Valores e tradições foram formulados no passado, de acordo com o contexto
histórico e social. Para mantê-los ou transformá-los, é necessário conhecer a raiz de
cada um deles.
Parte desta história no Vale do Paraíba foi retratada e construída pelo cineasta
Amácio Mazzaropi (1912-1981), que marcou o cenário da comédia brasileira com a
representação da cultura caipira em mais de 30 filmes lançados no século XX. Para
preservar e divulgar este legado cultural deixado pelas obras, o Centro de
Documentação e Pesquisa Histórica (CDPH) da Universidade de Taubaté (UNITAU)
e o Instituto Mazzaropi se uniram em uma parceria que conecta dois grandes
acervos do artista.
A UNITAU possui um conjunto de fotos, composto por álbuns divididos pelos filmes
do cineasta, cedido pelo Museu Mazzaropi entre o fim da década de 1980 e o início
de 1990. “Temos cerca de 15 filmes, compostos por cerca de 3 mil fotos. Todo esse
acervo foi subdividido, acondicionado em um papel especial, porque a acomodação
de acervo iconográfico tem um tratamento específico. Estas fotos estão organizadas
em caixas também específicas e apropriadas para a conservação deste acervo”,
explica o Prof. Dr. Mauro Castilho Gonçalves, coordenador do CDPH. Além das
fotos, o Centro havia recebido uma coleção de rolos de filme, que foi encaminhada à
Cinemateca Brasileira, em São Paulo, onde continua até hoje.
As referências deixadas por Mazzaropi têm impacto em áreas diversas da arte, da
história e da cultura. “A gente nunca consegue imaginar o universo que o Mazzaropi
pode ter influenciado na história do país. Alguns anos atrás, os irmãos Campana
estavam fazendo um programa sobre arquitetura brasileira e, quando indagados de
onde vinha a inspiração deles para o design – eles tinham trabalhos muito legais,
criativos e conhecidos no mundo inteiro -, disseram que a inspiração vinha do
Mazzaropi”, conta Claudio Marques, curador do Museu Mazzaropi.
A união dos acervos permite a promoção de ações culturais voltadas à comunidade,
como cursos, palestras e seminários. “Eventos como esses são essenciais para a
divulgação e a preservação da cultura local, aproximando a população da história do
cineasta, que foi um dos pioneiros da representação caipira no cinema. Hoje, nós
conhecemos o Jeca que foi retratado por Mazzaropi a partir de 1959 e que marcou a
cultura caipira da região do Vale do Paraíba”, ressalta a Profa. Dra. Letícia Maria
Pinto da Costa, Pró-reitora de Extensão da UNITAU. “Manter vivo o legado da obra
dele é muito valioso, principalmente para nós, no Vale”, complementa.
A curadoria desses eventos terá o auxílio de estudantes da Universidade de
Taubaté, de cursos como Arquitetura, Comunicação Social, História, Letras e
Pedagogia, contribuindo para a formação cultural, além da comunidade, dos futuros
profissionais da região. “Essa troca é indispensável para a formação dos estudantes
e professores e também para o desenvolvimento social e intelectual da
comunidade”, pontua a Profa. Dra. Nara Fortes, reitora da UNITAU.
Profa. Nara Fortes, Reitora da UNITAU
A Universidade de Taubaté sempre esteve aberta a parcerias, no município e em
toda a região. Elas são de extrema importância para nossa Universidade. Afinal, a
UNITAU dispõe de conhecimento universal desenvolvido em projetos e pesquisas
com resultados para a comunidade. Além disso, são fundamentais para o
enriquecimento curricular dos alunos. Essa troca é indispensável para a formação
dos estudantes e professores e também para o desenvolvimento social e intelectual
da comunidade.
Esse contato com a cultura caipira e com o acervo do Mazzaropi proporcionado pela
parceria com o Instituto Mazzaroppi engrandece a pesquisa, a Universidade, o
município e o Museu. Uma comunidade que tem uma universidade e institutos
culturais em seu entorno tem esse diferencial cultural que enriquece a educação,
alimenta o espírito e melhora a qualidade de vida.
Profa. Letícia Maria, Pró-reitora de Extensão
A parceria entre o CDPH da UNITAU e o Instituto Mazzaropi proporciona a união de
dois grandes acervos do artista Amácio Mazzaropi para a promoção de ações
culturais voltadas à comunidade, como cursos, palestras e seminários. Eventos
como esses são essenciais para a divulgação e a preservação da cultura local,
aproximando a população da história do cineasta, que foi um dos pioneiros da
representação caipira no cinema.
Hoje, nós conhecemos o Jeca que foi retratado por Mazzaropi a partir de 1959 e
que marcou a cultura caipira da região do Vale do Paraíba. Nos filmes, podemos
identificar, mesmo que em obras fictícias, a construção histórica das cidades, os
costumes, as gírias, tudo o que moldava o caipira e a região na época. Manter vivo
o legado da obra dele é muito valioso, principalmente para nós, no Vale.
Além disso, a curadoria para esses eventos contará com o auxílio de bolsistas de
cursos como Arquitetura, Comunicação Social, História, Letras e Pedagogia, o que
enriquece a formação dos estudantes com experiências práticas da cultura regional
que vão além dos muros da Universidade.
Prof. Mauro Castilho
O CDPH da UNITAU tem trabalhado com o acervo do artista Amácio Mazzaropi há
muito tempo. O Centro existe desde o final da década de 1980/ início da década de
1990 e foi nesse momento, na constituição do acervo, que a UNITAU recebeu a
doação por parte do Museu Mazzaropi, que nos cedeu um conjunto de fotos, um
acervo iconográfico muito importante, composto de álbuns, divididos pelos filmes do
Mazzaropi.
Este acervo foi trabalhado pelos bolsistas que passaram pelo CDPH neste período.
Entre os anos de 2014 e 2015, nós conseguimos finalizar o acondicionamento e a
organização mais sistemática desse acervo.
Temos cerca de 15 filmes, compostos por cerca de 3 mil fotos. Todo esse acervo foi
subdividido, acondicionado em um papel especial, porque a acomodação de acervo
iconográfico, de fotos, tem um tratamento específico. Estas fotos estão organizadas
em caixas também específicas e apropriadas para a conservação deste acervo.
O CDPH é responsável pela conservação e disponibilização desse acervo para
pesquisa. É um conjunto documental muito rico, importantíssimo, porque retrata e
expressa todo um conjunto de iniciativas que Amácio Mazzaropi e sua equipe
cinematográfica conseguiram conservar durante a existência da PAM Filmes. É para
nós motivo de muita honra e ao mesmo tempo de muita responsabilidade conservar
esse acervo, que é, na verdade, um conjunto iconográfico muito importante e inédito
na história do cinema brasileiro.
Nós tínhamos também um conjunto de rolos de filmes do Mazzaropi que
acompanhavam a coleção de fotos. Esses rolos de filme foram encaminhados para
a cinemateca brasileira, localizada em São Paulo, onde estão até hoje.
Claudio Marques, curador do Museu Mazzaropi
A UNITAU tem um acervo próprio que tem algumas coisas que não temos, então
essa complementação aumenta o acervo.
Tem algumas coisas que são novas em termos do acervo que podem interessar o
público em geral e certamente aumenta o conhecimento que se tem sobre essa
experiência mazzaropiana, que é muito extensa, tem muitos detalhes, e que pode
ser útil à sociedade mesmo aos dias de hoje.
Por exemplo: a gente nunca consegue imaginar o universo que o Mazzaropi pode
ter influenciado na história do país. Na semana passada, morreu campana, um
designer, dos irmãos campana. Alguns anos atrás, eles estavam fazendo um
programa sobre arquitetura brasileira e quando perguntaram para eles de onde
vinha a inspiração deles para o design, eles tinham trabalhos muito legais, criativos
e conhecidos no mundo inteiro – eles disseram que a inspiração vinha do Mazzaropi.
Muitas coisas, por mais que você pesquise, não vêm da sua pesquisa, é da
divulgação daquilo que você recebe outras informações, que muitas vezes você
nem imagina. Essa dinâmica do aumento do acervo e da divulgação dele sempre
traz novas informações da sociedade que você não tinha.
Serviço
O Museu Mazzaropi fica em Taubaté/SP no endereço:
Estrada Amácio Mazzaropi, 249 – Itaim
Telefone: (12) 3634-3446
Horários: aberto aos sábados e domingos, das 8h30 às 12h30. Agendamento de grupos de terça-feira a domingo das 9h às 16h.
Ingressos: R$11,00 (inteira) e R$6,00 (meia entrada para estudantes, professores, idosos acima dos 60 anos e pessoas com deficiência).